Hoje tivemos um evento na Ponta Negra para a prática do pole-dance, e não duvido dos poderes medicinais do mastro de ferro. Não tenho como julgar quem tem boas intenções, mas não deixa de ser triste que tudo, até os mais clássicos símbolos da cafajestice humana, virem coisa de família. Eu vi as fotos de pessoas normais fazendo aquilo, pensando em saúde, bem-estar, auto-estima, e pensei: “Coxinizaram o pole-dance! Logo vamos recitar Bukowski nas escolas e nossas crianças vão fumar cigarrinhos de chocolate no recreio!”
Ainda vamos ter torneios de mijo à distância, modalidades infantil e adulta? Ou de pior palavrão, modalidade iniciante e senior? Vômito de queijo bola vai virar programa de família? Sopa de mocotó às 6h da manhã vai ganhar versão família, com patrocínio da Prefeitura?
Nunca fui grande frequentador dos estabelecimentos maravilhosamente deprimentes nos quais o pole dance se consagrou, mas digo isto em defesa dos valores, da tradição, dos princípios de uma sociedade que precisa ter claro o que é bom e o que é mau, o que presta e o que não presta, o que faz bem e o que não faz bem. É preciso defender o submundo do sexo imoral, da gandaia masculina. É preciso defender os direitos dessa minoria cada vez mais indefesa, a dos homens que não prestam.
Quando alguém decidir ir para a esbórnia, que seu direito de se sentir sujo, imoral e transgressor seja garantido! Como pode o sujeito ir ao inferninho, com aquele ambiente esfumaçado e cheirando a urina e cerveja, e encontrar uma moça fazendo o mesmo que uma criança de 12 anos faz na Ponta Negra, num evento esportivo familiar?
Me perdoem os saudáveis, os ecologistas, os magros, os atletas, mas transformar um dos símbolos da esbórnia masculina em busca física da auto-estima é matar a alma dos homens.